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Este blog foi criado com o objetivo de mostrar minha arte.
Seja ela abstrata ou não.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vou embora...



Vou embora pois minha alma já partiu e me deixou.
Vou atráz dela, pois com ela meus sonhos se foram.

Eu nunca estive aqui. Não em pensamento.
Eu nunca saí de lá. E de volta não me arrependo.

sábado, 24 de julho de 2010

Isso não é fotografia?

Desde que, dependente do processo físico-químico, algumas dificuldades em relação aos suportes de baixa sensibilidade foram superadas em finais do século XIX, a imagem técnica, fotográfica, tem sido uma ferramenta importante de documentação e denúncia, dando credibilidade jornalistica ao “estive lá, documentei, portanto aconteceu”. Porém essa aderência ao referente, o espelho com memória que inocentemente foi idealizado nos princípios da era da reprodutibilidade técnica , logo foi posto em cheque por Walter Benjamin, ainda em 1936, em seu famoso livro “Das Kunstwerk im Zeitalter seiner technischen Reproduzierbarkeit“; o próprio Vilém Flusser vai colocar em cheque o operador do aparelho (o fotógrafo), programado por um aparelho maior (a indústria) e que seria apenas um funcionário a serviço da programação inserida na caixa-preta e contra a qual tinha obrigação de se rebelar; daí por diante o assunto tornou-se um dos papos-cabeça preferidos em rodinhas de fotógrafos, intelectuais e artistas.
Mas não dos publicitários.
A utilização da fotografia publicitária como poderoso argumento de vendas, procurou ao longo de todo o século XX manter vivo o mito do “objeto fotografado=objeto existente”, e aproveitando-se do inerente poder conotativo que existe em qualquer imagem, envolver o observador/consumidor em uma ambígua sensação de desejo, de posse, avalizado pelo mito denotativo do referente.

fotografia publicitária, porém, por mais produzida, iluminada, trabalhada, retocada e perfeita que fosse, ainda não refletia o universo de produtos idealizados e concebidos nas modernas mesas de brain storming; a evolução natural só poderia ser o descolamento definitivo da imagem publicitária em relação ao objeto a ser vendido.

Ao adotar novamente o desenho, ilustração, ou a pintura como alternativas para a produção de imagens de produtos, o resultado imediato foi conceitualmente afastar-se da imagem produzida por aparelhos mecânicos, e o desafio publicitário então passou a ser a preservação e continuidade da ilusória idéia de haver de fato um referente, um real, sem que se perdesse a capacidade de reprodutibilidade daquela imagem.

Tarefa fácil para computadores, softwares, e talentosos engenheiros; a resposta foi a modelagem 3D + ilustração digital + fundos fotográficos. Na Europa e Japão, a quase totalidade dos automóveis, motocicletas e artigos eletrônicos de última geração não são mais fotografados, e sim modelados e renderizados; o resto do planeta “seguiu a tendência”.
A gritaria, por parte dos fotógrafos, foi ampla e irrestrita, e a frase mais ouvida naquelas mesmas rodinhas foi:

“Isso não é fotografia.”

Será que não é mesmo?
Hummm…

A lógica sequência de eventos foi a adoção dos mesmos princípios pela indústria de arquitetura, venda de imóveis, decoração, hotelaria; as revistas e editoras não se acanharam, e substituiram fotógrafos por artistas digitais; departamentos de TI passaram a ser mais importantes que os de criação.
E a berraria continuou; na verdade aumentou, quando, sem pudor e sem pedir licença, os aparelhos, a mecânica por vezes idolatrada pelo fetichista funcionário-fotógrafo, passou a decidir tudo sozinha, incorporou vídeo, deixando a caixa preta cada vez mais indecifrável… Mais programada….
E os aparelhos se libertam da imagem estática, permitindo o surgimento de sequências de stop-motion, menos concretas que a fotografia, menos fluidas que o cinema e vídeo, um híbrido com possibilidades criativas inovadoras.

E claro, muito mais gente se uniu ao já cansativo coro:
“Mas isso também não é fotografia!”
Será que não é mesmo?
Hummm…

Filosofias (vejam os princípios do “Realismo Estético” e me digam o que acharam!) , escolas de pensamento, seitas, movimentos dogmáticos, a eterna tentativa de encaixotar e definir, em apresentar regras e localizar, são inócuos frente a inevitável evolução da linguagem.
Linguagem essa que se vê livre, se liberta finalmente da obrigação do “registro”, que quebra o espelho e se permite ser reflexiva, abstrata, íntima ou emotiva; uma sintaxe de língua viva, que adquire um vocabulário mais abrangente, menos superficial, mais elaborado.
Erudito e popular.
Universal.

A fotografia contemporânea, liberta de suas históricas amarras e livre das responsabilidades limitadas de registrar o que está a sua frente, tem e permite todos os (im)possíveis caminhos que inventar, que sonhar.
Eu, particularmente, gostaria de ver mais
Jasper James na National Geographic…

E mais Georges Rousse em todos os lugares.
A arquitetura, a fotografia pensante, a arte, só ganham com a existência do trabalho de artistas contemporâneos como
Felici Varini e Georges Rousse; na verdade, trabalhos ilusórios e impermanentes como os de Rousse são exemplos de inteligência, consciência e poesia cada vez mais presentes nos descaminhos da fotografia tradicional; sem a fotografia, o seu trabalho não existe, não é nada; o realizado nesse caso é a fotografia, e não o oposto.

Só posso concluir que, contra a gritaria dos que insistem em definir o que é ou não fotografia de acordo com suas próprias limitações, as reflexões concluem; a fotografia é muito mais que apenas uma das suas múltiplas personalidades, a fotografia é o que queiramos que ela seja (dentro de sua personalidade), a fotografia é orgânica, crescendo em constante evolução.

Desculpe, mas tudo isso pode ser fotografia.

Texto de Clício Barroso

Resultado da simplicidade

Este é o resultado de uma foto que a princípio parece editada, mas não foi. Apenas saturei um pouco mais.
Fiz com uma tijela de cor azul e o fundo vermelho eu usei algumas almofadas que tinha em casa para contrastar com o azul da tijela.
Usei uma canon 40d f1.8 160s Iso 200